Honestos • Inacabados #6
Olá, Olá, Olá,
Final do ano chegando, retrospectiva da Globo na TV e promessas na ponta da língua. Vamos a uma edição, dessa vez com menos inacabados, mas muitos honestos. :)
A imagem de capa é o projeto que tive o prazer de participar e lançar esse mês na lojas Havaianas. Muito do que produzimos na Work&Co demora para ir ao mercado, estamos muito perto da inovação e isso requer muitas etapas de validação e testes até o produto chegar por completo.
E esse projeto de Havaianas foi um pouco diferente pela velocidade que conseguimos colocar no ar. Em 6 semanas desenhamos e desenvolvemos duas experiências muito interessantes. A primeira é uma vitrine infinita em que você busca todo o catálogo da Havaianas a partir de combinação de cores 🌈; a segunda, uma timeline da história da havaianas na qual criamos assets de branding – que vou mostrar logo mais.
Descobertas do mês.
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Nesse processo, estive próximo do desenvolvimento, e descobri duas coisas sobre SVGs, que deram aquela explodida na minha cabeça. A primeira é que você pode colocar
media queries
dentro de um SVG (um SVG responsivo BAH! 🤯) Segunda, entendi como funciona uma das propriedades mais importantes, oviewbox
: ele que permite você redimensionar seu SVG sem perder as referências. Aqui um demo com esses conceitos aplicados. -
Terminei um dos melhores livros que li esse ano: The Unknown Craftsman: A Japanese Insight into Beauty — a partir da cerâmica coreana e japonesa o autor faz reflexões sobre estética, budismo, folclore e arte. Tu pode dar uma olhada nas notas que fiz sobre o livro aqui.
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O Game Maker Toolkit lançou um vídeo fantástico explicando sobre o funcionamento do game PacMan: cada um dos fantasmas possuem uma personalidade diferente (Blinky, Pinky, Inky. Clyde) e essa personalidade é o que molda o comportamento deles em cada estado do jogo. Uma implementação simples criou uma das primeiras AI de games que é divertida até hoje: sem cálculos mirabolantes, sem machine learning apenas constraints muito bem definidos. Reflexão que comentei na newsletter #3. Consistência e singularidade precisam de definições prévias para serem alcançadas.
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Durante o projeto de Havaianas, tivemos várias batalhas relacionadas a performance. Tudo precisava rodar em máquina local com muita qualidade: e colocar um catálogo de produtos gigantesco precisou de muita otimização. Acabei criando várias linhas de comando (olha eu viciado na praticidade das CLIs) para conseguir converter imagens e vídeos para formatos com qualidade alta e tamanho reduzido. Deixei uma lista aqui caso um dia você precise.
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O fim das descobertas é um quote que me ajudou a terminar essa edição da newsletter. Menos sofrimento pensando no que tem que ser feito, em horários aleatórios, e mais horas bem definidas para fazer.
Hard work, not hard to do work.
O que passou na minha cabeça.
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Um dos meus episódios favoritos de podcasts de 2019 foi sobre o museu Guggenheim, projetado por Frank Lloyd Wright (como já ouvi por ai, o Pelé da arquitetura dos EUA). O podcast comenta sobre imperfeições dessa obra magnífica que é o Museu. O prédio é uma grande rampa em espiral que parece planos flutuando até o teto. Uma dessas imperfeições comentadas é que o projeto original foi concebido para que as exposições fossem vistas de cima para baixo, os visitantes deveriam pegar o elevador e descer a rampa. Naturalmente as pessoas não seguiram esse padrão. Mesmo os mais incríveis criadores/projetos possuem falhas, e devem permitir e abraçar as mudanças que forem surgindo. Só assim cria-se um projeto duradouro. Aceitar as mudanças do projeto.
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Tive uma discussão muito interessante com amigos sobre a nova opção do Uber de marcar como preferência “Não conversar com o motorista”. Quero
ouvirler a opinião de vocês, mas eu percebi essa opção de maneira muito negativa. É um passo a mais para deixarmos de olhar o motorista, que está no carro, como um ser humano, e apenas como um serviço que vai nos entregar do ponto A ao ponto B. Um afastamento do que aquela interação social é. Você está entrando no carro do Eduardo, da Andréia.., não é o dinheiro que deveria definir aquela relação. É necessário entender os conflitos que um serviço desse tipo trás, como conviver com as disparidades de classes sociais, ou desavenças ideológicas, e deixar de esperar por um robô que não converse com você. O que me mais assusta é que essa opção não deve ter partido originariamente do Uber, mas a partir de uma demanda nossa, de usuário, por não termos a capacidade social de falar de uma forma não ofensiva que está ocupado, ou que não gostaria de conversar hoje, e nos apoiarmos no serviço como interface de troca.
Algumas ideias que tive.
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Tumblr de recados de condomínio
Reunir textos passivo-agressivos de recados de elevador, que o síndico escreve sempre dando uma indireta para algum morador. Já conversei com uma menina que leu um memorando no elevador, sobre dejetos defenestrados na marquise (não, não era culpa dela). -
Source code audio guide
Não um podcast. Mas um guia sobre o que aquela função faz, ou aquela linha significa, porque aquilo foi escrito, mostrando todo o raciocínio atrás de um bom código. Pensa que incrível ouvir sobre o código por trás de um Browser. Talvez o github com comentários de áudio. -
Interface Stress test
Esses dias na Work&Co, o Rafael Bessa trouxe um exemplo muito interessante sobre como a opacidade em imagens, usada para ter um texto legível em cima, pode mudar de acordo com o tom de pele. Ficamos debatendo sobre esse assunto: como um detalhe pequeno pode afetar bastante a experiência. E me veio a ideia de fazer uma ferramenta/plugin que faça um stress test da sua interface. Você indica o que gostaria testar variações: foto de perfil, nome, valor monetário, cidade… E ele gera 100…300 variações desse item para você checar se cobriu todos os cenários.
Jiripocas
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Essa Jiripoca começou com uma ideia que a Carol me deu sobre usar objetos para pesquisar por cores. Fiz um demo que usa a API do Google Visions para identificar um objeto, cortar a imagem e retirar as cores. No final a ideia não foi para frente, por ter vários desafios de cor e iluminação. Mas ficou a demo para uma próxima vez :D
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Uma das coisas mais legais de trabalhar esse mês foi criar esses assets animados de branding com os produtos da Havaianas. Junto com o Marco Vincit chegamos em ideias muito legais. Foi uma jornada misturando matemática, canvas e bom gosto visual. Abaixo minhas favoritas e o prazer de se encontrar em um parceiro de design que faz o seu trabalho crescer.
(clique nas imagens para ver animado)
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Feliz 2020 para todos vocês.
Obrigado por ficarem comigo até o final.
Um abraço e até o próximo começo
- Zeh